A fibromialgia é uma síndrome de sensibilização central da dor que causa redução do limiar e aumento da percepção da dor cursando com múltiplos pontos dolorosos por todo o corpo.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, 2,5% da população mundial é afetada pela fibromialgia, doença crônica que se caracteriza, principalmente, por dor no corpo todo, especialmente dor muscular.
O problema costuma acometer mais mulheres que homens e, no geral, surge entre os 30 e 55 anos. No entanto, não exclui a existência de casos em crianças e adolescentes, mesmo que em menor número.
A enfermidade não tem cura e causa impactos negativos à rotina dos portadores. Ela influencia, inclusive, a saúde mental dos indivíduos, que, por muitas vezes, se veem angustiados pela dor que “circula” pelo corpo.
Sintomas e diagnóstico
Os sintomas são muito variáveis, entretanto alguns critérios de diagnóstico podem auxiliar na suspeição clínica:
- – Dor por mais de três meses em todo ou qualquer parte do corpo;
- – Presença de pontos dolorosos de forma generalizada envolvendo quatro a cinco regiões dolorosas por tempo igual ou superior a 3 meses. São necessários um mínimo de 13 pontos e um máximo de 31 pontos.
- – Alteração do sono e fadiga;
- – Quadro de depressão ou ansiedade;
- – Alterações cognitivas, como falta de memória ou concentração.
- – Cólicas, dores ou câimbra no abdômen.
Causas e tratamento
Não existe causa definida para a doença, mas há possibilidades que justificam a condição, acredita-se que o cérebro dos indivíduos com fibromialgia perceba de forma exacerbada os estímulos, ativando todo o sistema nervoso a sentir mais dor.
A dor e outros sintomas não costumam melhorar com o uso de analgésicos simples ou antiinflamatórios. Para combater a fibromialgia, os medicamentos utilizados são antidepressivos, relaxantes musculares e neuromoduladores.
Além disso, atividades físicas regulares, como aeróbica, alongamento e fortalecimento muscular, são fundamentais para o sucesso terapêutico.
Suporte psicológico para lidar com a dor
Trabalho, lazer, humor, vida social e sexual. São muitas as áreas afetadas na rotina de quem tem fibromialgia, acarretando grande impacto na qualidade de vida dessas pessoas.
É possível ajudar o sujeito portador da enfermidade por meio da atuação psicológica. Os pontos-chave a serem trabalhados por paciente e profissional são:
- – Compreensão da história de vida da pessoa;
- – Histórico de saúde do paciente;
- – Entendimento de como e quando as dores apareceram;
- – Reflexões sobre a experiência dolorosa (seus sentidos e significados possíveis);
- – Compreensão da vida a partir do diagnóstico, porém sem se fechar nele;
- – Expansão da consciência corporal, para evitar que a dor se torne um fator limitante em todos os momentos.